A Torre é uma estrutura de poder. E é muito simples entender essa estrutura de poder.

Já esteve conversando com um viajante? Ou betelita? Bem, eu convivi no meio desse pessoal. E não era incomum, entre nós, um ou outro dizer: "Quando estivermos no paraíso seremos príncipes." Aí outro respondia: "Certamente, eu vou ter uma mansão, igual os ricos tem hoje." Já fomos passear em parques lindos, e próximos tinha mansões e os jovens que estavam comigo imaginando sendo donos daquelas casas no paraíso. Certamente não serviam a Jeová com as intenções corretas, e esse tipo de comentário recorrente me fez perceber que havia caroço no angu.

Bem, hoje vivemos no CAPITALISMO. Ou seja, quem detém ou conquista o CAPITAL, tem as melhores casas. Os que atuam na estrutura de defesa do capital, ou seja, o ESTADO (políticos, juizes, alto escalão da polícia, etc) são recompensados pelos CAPITALISTAS com um bom estilo de vida também, num sistema piramidal.

Muito bem. O que a Torre propõe (e acredita piamente que Deus irá instaurar) é o modelo dela própria de TEOCRACIA. Neste modelo, os UNGIDOS (topo da piramide) ascenderão aos céus, os AJUDANTES DO CG irão ser o canal de comunicação de Jesus e os ungidos (que serão tipo senadores) com a turma aqui na Terra, daí abaixo temos BETELITAS, PIONEIROS, etc.

E isso é dito com todas as letras lá dentro. Eles aplicam um texto de Salmos que falam de príncipes aos anciãos, e acreditam que Deus irá destruir tudo deixando apenas os Beteis intactos e tal, com a estrutura Torreana montada que irá governar a Terra. Massagear o ego de quem mais se dedica a Torre faz parte do jogo, a Torre distribui cargos que proporcionam destaque àqueles que seguem suas regras.

Por isso vemos tanta politicagem no Salão do Reino, se tornar e se manter ancião é um jogo totalmente político (e quem já foi pode afirmar isso). Betel também, uma politicagem danada, no sentido de saber puxar o saco da pessoa certa, engolir sapo, jogar o jogo do poder, etc etc etc.

Mais do que isso, ouso afirmar que o próprio cristianismo como se desenvolveu era uma estrutura de poder. Nos evangelhos já notamos Jesus escolhendo 12 mais próximos, e prometendo a eles que no seu Reino eles seriam pessoas importantes. Obviamente que uma análise histórico critica mostra que muita coisa foi adicionado à fala do Jesus histórico. Mas, o que temos nos evangelhos já é o suficiente para mostrar que Jesus traria um Reino no futuro, onde haveria uma estrutura.

Mais tarde, os apóstolos fizeram questão de reforçar essa estrutura. No que temos no NT, havia uma preocupação de as regras cristãs estarem acima de quaisquer outras regras, tipo do Estado Romano (que eles não queriam embate, mas aguardavam Jesus voltar para acabar com ele), havia também uma preocupação do poder do capital não influenciar na congregação porque era incentivado partilhar os bens (uma forma de evitar que outras estruturas de poder se formassem), ao mesmo tempo não mexeram na ordem social incentivando os escravos a serem submissos a seus senhores, e a respeitar a ordem estatal. No entanto, dentro do cristianismo, havia os apóstolos (e só consideraram escritos sagrados, ou seja, do canon bíblico, seus próprios escritos com cartas a fins), eles faziam reuniões e definiam o melhor para todos e "não deviam ouvir quem trouxesse uma mensagem que não fosse a deles". Não deveria nem cumprimentar quem fosse cristão, e não seguisse a teocracia apóstolica (2 João 1:10,11).

Mais tarde, maquiavelicamente, Constantino percebeu que poderia unir o Estado ao Cristianismo, com um protegendo o poder do outro. Se os cristãos [católicos] fossem obedientes aos Reis, bem, eles estavam lascados neste mundo, mas teriam os céus e toda sua glória na outra vida. O mesmo ocorre mais tarde quando os burgueses aproveitaram da onda do protestantismo para defender suas ideias. "Você pode ser um lascado nessa vida, mas se for bem obediente, trabalhar duro, etc…Deus reserva um paraíso para você na próxima vida".

Betel por exemplo é um luxo danado e ningúem percebe. Nenhum TJ visita Betel e pensa: "Puxa, a turma aqui come 4 refeições nutritivas, tem plano de saúde, apartamentos acarpetados e confortáveis, piscina aquecida, quadras, um trabalho bacana. Vou correr atrás disso fora daqui." Nao. Ninguém pensa isso, estão anestesiados. É só ver e pensar na vida do Corpo Governante: viagens executivas para lá e para cá, trabalho super sussegado praticamente apenas de revisão de itens e direção geral da organização, tudo que o dinheiro pode oferecer eles tem.

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Essa estrutura de poder parece estar entranhada no ser humano, pois em nenhum momento da história humana registrada houve vácuo de poder. E antes da invenção da escrita, que nos permite analisar a história de forma um pouco mais precisa, os fósseis mostram que era uma violência danada.

A Torre não muda as paixões humanas. Quem já pertenceu a um salão sabe, muito embora não se ofereça dinheiro a cargos mais altos, é um ego danado de pessoas querendo virar servo ministerial, ancião, etc. Isso no micro mundo de um salão do Reino. Se formos a Betel ou no Serviço de Tempo Integral Especial, entre os membros da Ordem, PIORA, rs.

É meus queridus, parece que o ser humano é isso aí. E o salão do Reino não foge a regra.

Já teve experiencias como a minha, de membros fazendo comentários de como teriam vida de Reis no novo mundo? Ou experiencias de pessoas puxando o tapete de outras em salões do Reino e afins?